Dietética Chinesa
… para recuperar e manter a saúde é imprescindível ter cuidados alimentares.
Escrito por: Douglas Pompermaier – Especialista em Medicina Tradicional Chinesa
A Terapia Nutricional na medicina chinesa ou simplesmente chamada de Dietética Chinesa, foi transmitida pelos nossos antepassados após a experiência de luta permanente com doenças e suas recompensas ao aplicar o alimento como um tratamento profilático, ou seja, que atua na prevenção de doenças.
Inúmeros pesquisadores e médicos naturistas consideram que com uma terapia nutricional adequada, a maior parte das doenças crónicas deixaria de existir. Nos sistemas tradicionais de cura, como a Medicina Tradicional Chinesa e Ayurvédica, o alimento é considerado o primeiro e melhor tónico. Já Hipócrates, considerado o “pai” da Medicina dizia: “que o teu alimento seja o teu medicamento”.
Patrick Holford, fundador do “Instituto para uma Ótima Nutrição”, de Londres, afirma:
Nos alimentos naturais que ingerimos encontram-se as vitaminas, os minerais, as proteínas, gorduras e hidratos de carbono que o organismo transforma em energia para todas as nossas células.
Nenhuma dieta em particular é correta para todos. Uma dieta vegetariana que pode ser perfeita para um determinado indivíduo, pode ser desastrosa para outro. Uma dieta crua pode ser excelente como forma de desintoxicação, mas para certas pessoas pode ser excessivamente drenante e debilitadora, particularmente a longo prazo.
Devemos estar atentos as dietas restritivas que eliminam completamente determinadas categorias de alimentos, como amidos, hidratos de carbono, gorduras ou proteínas. Geralmente, o que trazem é a criação de desequilíbrios nutricionais.
Para uma ótima saúde e rendimento energético terão que se eliminar da dieta hábitos e alimentos que produzam efeitos nefastos no corpo como toxicidade, inflamação, stress oxidativo, diminuição da resistência e imunidade, distúrbios metabólicos, endócrinos, emocionais, e flutuações de açúcar no sangue.
Acrescente-se ainda que, a pesquisa nutricional é feita principalmente por produtores de suplementos alimentares que apenas vêem a questão nutricional fragmentada nas partes de um todo (alimento), e que assim beneficiam principalmente o mercado de suplementos, em detrimento da saúde e nutrição dos consumidores.
Origens da Dietética Chinesa
A Dietética Chinesa (nutrição) remonta à dinastia Hsia, há mais de 3000 anos. Utilizavam as decocções e sopas como forma de tratamento. E no início da dinastia Zhou em 1100 aC já havia um médico “nutricionista” no palácio do imperador, que tinha como função verificar as relações existentes entre a ingestão específica de alguns nutrientes e sua influência sobre a saúde, bem como a qualidade dos alimentos – não diferente do trabalho feito agora pela Food-Drug-Administration (FDA) americana.
No famoso clássico chinês chamado Bei Ji Qian Jin Yao Fang (Prescrições com o valor de mil moedas de ouro) de Sun Simiao, é encontrado um capítulo especialmente dedicado a terapia com alimentos. O autor compara:
Ele também aconselha:
Foi posteriormente complementado por Zhang Ding que mudou o livro para o nome Shi Liao Ben Cao (Matéria médica de terapia alimentar), sendo posteriormente considerado o livro clássico sobre dietética. Em outro livro sobre a velhice e sua nutrição, chamado Lao Xuan Nian é enfatizado:
Toda essa experiência clínica experimental ao longo dos tempos, forneceu à dietética um alto valor teórico com resultados práticos nos cuidados de saúde nutricional.
Quando o diagnóstico pede uma dieta particular, o especialista de Medicina Tradicional Chinesa considera os alimentos de forma semelhante à que olha para as plantas e assim prescreve uma dieta específica sempre conforme o quadro clínico da pessoa.
Os sabores na Dietética Chinesa
Os alimentos são classificados pela sua natureza (quente, frio…), tropismo (órgão ou sistema de atuação), sabor (ácido, amargo, doce…), direção e função. Numa dieta comum, estes alimentos devem ter entre si um certo equilíbrio, mas um diagnóstico apurado pode recomendar incidir mais num ou noutro conforme os meridianos e órgãos envolvidos no desequilíbrio energético.
Um bom princípio geral, por exemplo, é preferir os cozinhados aos crus e evitar temperaturas extremas, sobretudo a muito fria – crus, pelo esforço que exige ao Estômago e ao Baço-Pâncreas. Também ao nível dos sabores relacionados com os órgãos, podemos considerar uma outra forma de classificação:
- O sabor Amargo relaciona-se com o Coração e o Intestino Delgado;
- O sabor Doce relaciona-se com o Estômago e o Baço;
- O sabor Picante está ligado ao Pulmão e Intestino Grosso;
- O sabor Salgado associa-se ao Rim e à Bexiga;
- O sabor Ácido relaciona-se com o Fígado e a Vesícula Biliar.
Se um sabor é ingerido na quantidade certa vai alimentar a forma e a função do órgão, se pelo contrário a dose for excessiva vai lesá-lo ou Hiper estimulá-lo, um bom exemplo disto é o limão, que em doses pequenas ativa o sistema hepático, enquanto que em doses elevadas bloqueia-o. É em particular pela escolha e ordem de introdução dos sabores, das consistências, das temperaturas, e até das cores, que são determinadas uma série de reações psicofisiológicas cujo efeito pode ser tonificante, dispersante ou ainda reequilibrante das diferentes funções orgânicas.
Nota: parte da informação contida nesta página foi retirada do livro “Nutrição-Energia-Vitalidade-Saúde na vida diária e desporto” da autoria do Dr. Humberto Tomás, especialista em Medicina Tradicional Chinesa e Terapias Alimentares. Trata-se um livro de edição de autor o qual a SP Clinic tem o prazer de ajudar na sua divulgação.
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